Política e Justiça
Por que só os pequenos garimpeiros estão sendo punidos? Justiça faz vista grossa às grandes mineradoras?
A recente atuação da justiça em relação aos garimpeiros da região de Roraima levanta suspeitas de seletividade nas punições. Enquanto pequenos garimpeiros são alvos constantes de operações e enfrentam duras sanções, grandes mineradoras e empresas com conexões políticas parecem ser ignoradas.
Em meio às operações recentes contra o garimpo em Roraima, uma pergunta que ecoa cada vez mais alto entre os trabalhadores da extração mineral é: por que apenas os pequenos garimpeiros estão sendo punidos? Operações da Polícia Federal e do IBAMA resultaram na queima de aeronaves e na apreensão de bens, levando centenas de garimpeiros à falência e destruindo o sustento de suas famílias. No entanto, grandes mineradoras e empresas com laços políticos parecem intocáveis, continuando a operar livremente.
Rodrigo Cataratas, coordenador do movimento “Garimpo é Legal”, aponta para uma clara discrepância no tratamento dado pela Justiça: “Os pequenos garimpeiros são tratados como criminosos, enquanto os verdadeiros gigantes da mineração, muitos com apoio político e financeiro, continuam explorando nossos recursos sem qualquer penalidade.”
A recente tentativa de vincular Rodrigo a uma aeronave queimada em uma operação do IBAMA reforça essa narrativa. A acusação, baseada em um kit médico encontrado com o prefixo de uma aeronave que estava estacionada no pátio da Cataratas Poços Artesianos, é vista como uma tentativa desesperada de manchar a reputação do empresário, que há tempos luta contra as injustiças no setor.
“Por que não vemos a mesma intensidade nas investigações sobre as grandes mineradoras que lucram milhões? Por que a Justiça só atinge os pequenos?”, questiona Rodrigo Cataratas.
Essa “caça aos garimpeiros” acende uma luz sobre a suposta justiça seletiva em curso, onde o foco está em trabalhadores menores e independentes, enquanto conglomerados com ligações políticas continuam intocados.
O que está por trás dessa perseguição? As ONGs internacionais têm pressionado o governo para uma maior fiscalização e imposição de regras ambientais, mas, ao que parece, essa pressão tem sido direcionada apenas a quem não possui poder financeiro ou influência política.
O movimento Garimpo é Legal já se mobiliza para oferecer apoio jurídico aos trabalhadores atingidos e expor as incoerências nas ações do governo. “Não podemos permitir que os pequenos sejam esmagados enquanto os grandes prosperam impunes”, afirma Rodrigo.
Enquanto a população questiona essa disparidade, os garimpeiros seguem tentando manter suas atividades, agora com o peso de um Estado que parece estar disposto a sacrificar os pequenos em nome de uma narrativa ambiental que não atinge a todos.
– Por Redação Roraima Tv